Ciência em português
É uma das expressões recorrentes quando se discute investigacão científica em Portugal, "a fuga de cérebros". Falou-se muito da proposta do anterior (actual?) governo português para cativar investigadores conceituados, portugueses ou não, a deslocar os seus laboratórios e grupos de investigação para o nosso país. Disse-se de tudo. As três linhas de crítica apontaram o dedo para 1) o critério quantitativo da avaliação das publicacões do investigador, 2) para a secundarização das ciências humanas e sociais e 3) para o carácter provisório das medidas que a proposta previa. Todas estas críticas são válidas mas não são mais do que o obviamente criticável no diploma apresentado.
Nesta questão é necessário responder a isto. Que cientistas queremos que regressem ?
Eu prefiro aqueles que ainda forem capazes de trabalho de mão e cabeça. Aqueles que tragam muita vontade de descobrir e muito pouca vontade de ocupar gabinetes.
Voltando à questão da fuga, parece-me óbvio que o problema está num tecido muito frágil, os recém-licenciados nas áreas científicas. Estão bem preparados cientificamente ( há algum ensino superior muito bom), são ambiciosos e o seu maior trunfo é a juventude. Os nossos recém-licenciados são muito novos, os melhores aliam a uma boa preparação científica disponibilidade física para o trabalho de investigação. São por isso aposta de centenas de centros de investigação espalhados pelo mundo. São ambiciosos e vêm um país que não quer nada com eles, vão-se embora.
É aqui que Portugal deve investir, apostar nos muitos que querem e são capazes. Não é prendê-los cá, é apostar na sua formação cá dentro e lá fora. Acho mesmo que é possível.
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