domingo, julho 25, 2004
Diz-me
LA QUE HABLA
Cállate, por Dios, que tú
no vas a saber decírmelo.
Deja que abran todos mis
sueños y todos tus lirios.
Mi corazón oye bien
la letra de tu cariño.
El agua lo va temblando
entre los juncos del río,
lo va estendiendo la niebla,
lo están meciendo los pinos
(y la luna opaca) y el
corazón de tu destino...
¡No apagues por dios, la llama
que arde dentro de mí mismo!
¡Cállate por dios, que tú no vas a poder decírmelo!
Juan Ramón Jiménez
sexta-feira, julho 23, 2004
Ciência em português
É uma das expressões recorrentes quando se discute investigacão científica em Portugal, "a fuga de cérebros". Falou-se muito da proposta do anterior (actual?) governo português para cativar investigadores conceituados, portugueses ou não, a deslocar os seus laboratórios e grupos de investigação para o nosso país. Disse-se de tudo. As três linhas de crítica apontaram o dedo para 1) o critério quantitativo da avaliação das publicacões do investigador, 2) para a secundarização das ciências humanas e sociais e 3) para o carácter provisório das medidas que a proposta previa. Todas estas críticas são válidas mas não são mais do que o obviamente criticável no diploma apresentado.
Nesta questão é necessário responder a isto. Que cientistas queremos que regressem ?
Eu prefiro aqueles que ainda forem capazes de trabalho de mão e cabeça. Aqueles que tragam muita vontade de descobrir e muito pouca vontade de ocupar gabinetes.
Voltando à questão da fuga, parece-me óbvio que o problema está num tecido muito frágil, os recém-licenciados nas áreas científicas. Estão bem preparados cientificamente ( há algum ensino superior muito bom), são ambiciosos e o seu maior trunfo é a juventude. Os nossos recém-licenciados são muito novos, os melhores aliam a uma boa preparação científica disponibilidade física para o trabalho de investigação. São por isso aposta de centenas de centros de investigação espalhados pelo mundo. São ambiciosos e vêm um país que não quer nada com eles, vão-se embora.
É aqui que Portugal deve investir, apostar nos muitos que querem e são capazes. Não é prendê-los cá, é apostar na sua formação cá dentro e lá fora. Acho mesmo que é possível.
quinta-feira, julho 22, 2004
quarta-feira, julho 21, 2004
Portugal
Paula Rego 1960
O Portugal futuro
O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável.
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz.
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz.
A sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão.
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro.
Ruy Belo in Homem de Palavra[s] (1969)
Populismo
Sobre o populismo, penso não ser exclusivo de qualquer grupo político. Mais do que na demagogia assenta no discurso fácil, inconsequente e terrivelmente apetecível. O seu ponto mais forte é a especificidade do seu público alvo. Ora, existe para todas as camadas do eleitorado um discurso populista. Estas diferentes camadas são geralmente permeáveis a discursos mais à direita ou mais à esquerda. E aqui qualquer partido político pode aplicar a sua receita populista (e fá-lo). Para manter o seu nicho eleitoral, há em todos os partidos políticos o altifalante populista.
Em trânsito
Para saber a função é necessário verificar qual o compartimento intracelular em que o péptido se encontra.